quinta-feira, 1 de novembro de 2012


A ditadura do fazer mecânico, domesticado, inerte é  imposta e perpetuada por meio de afirmações, ora sutis, ora explícitas, porém sempre rígidas, contidas nos ângulos retos dos prédios, na solidez metálica das máquinas, nos números imutáveis percorridos pelos ponteiros, nas palavras velhas e gastas, ouvidas e faladas repetidas todos os dias nos vagões, nas ruas, nos estabelecimentos, nos lares.

É chegado o tempo de contra-atacarmos, de destruir os falsos consensos acerca da realidade, forjados sob a luz de uma cultura excludente e violenta.
Até  ontem aceitamos os Nãos que nos foram impostos, afirmamos as vontades do chicote domesticador e negamos o que queríamos, legitimamos as regras para nos anular. Porém, hoje estamos aqui para negar o Não que nos dizem todos os dias (por meio das arquiteturas, dos horários fixos, das relações institucionalizadas), para abrir possibilidades e trazer à superfície a infinidade de matizes que esteve oculta sob essa insistente camada de ordens que tornou a vida insossa e sem cores.

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